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Primeira visita: o impacto

Entrar em uma UTI não faz parte da rotina de muita gente. Como parte dessas pessoas, confesso que ainda preciso me acostumar com tantos aparelhos e profissionais de um lado para o outro. Chegamos e logo de início havia uma paciente sendo entubada em condições graves. Como cantar e seguir atendendo com a Musicoterapia nesse contexto?

Apesar do impacto inicial seguimos com com as canções de chegada e repertórios que pudessem alcançar cada paciente. Leito a leito, entre aparelhos e nossas próprias angústias. A equipe de enfermagem cantou junto conosco enquanto cantávamos com os pacientes, isso foi incrível! Uma excelente forma de nos dizer: vocês são bem-vindos aqui!

O profissional de medicina que estava na sala interagiu pouco conosco. Decidimos em grupo que também atenderíamos as famílias dos pacientes na antesala que dá para a UTI. Usamos músicas de repertório religioso e uma acompanhante cantou conosco e pediu outras músicas, inclusive solicitando que a cantássemos para um familiar seu quando chegasse.

Usamos violões, ovinhos de percussão e voz nas intervenções.


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Apresentação

Meu nome é Juliana, sou estudante do 6º período do curso de Musicoterapia. Busquei o curso por acreditar que a música possa fazer um pouco mais do que ser ouvida. Ela gera emoção, isso todo mundo sabe, mas também nos transporta a outros espaços e tempo, e pode nos transformar. Foi pensando nisso que busquei ir pro estágio na área hospitalar - e também por ser o mais distante da minha busca. Posso dizer que encontro na Musicoterapia muito mais do que procurava. E talvez o mesmo se passe no hospital.

As mocinhas da cidade

Em um atendimento na UTI, uma paciente me chamou a atenção. Nós cantávamos algumas canções para ela, no qual interagia em alguns momentos, olhando para a gente, agradecendo pelas canções, mas ela se encontrava sedada e isso não permitia tanto contato. Entre canções e canções, foi tocado a música "As Mocinhas da Cidade", no momento que começamos a cantar a paciente manteve um contato visual, percebi que seu pé mexia conforme o ritmo da música e  alguns momentos cantava. Com isto podemos observar a questão da identidade da pessoa através da música, por que ela conseguiu se expressar nessa música?, e nas outras poucas interações e impressões ela manteve, talvez como resposta podemos citar a sua identidade sonora ou até mesmo a época em que viveu. Que possamos refletir como as canções chegam para o paciente, ao modo que ele se expresse ao sentir acolhimento na música.

Encontros e Despedidas

Hoje algumas coisas diferentes aconteceram na UTI, como sermos recebidos novamente com um sorriso e expressões de alegria de quem nós vemos frequentemente mas que há algum tempo não nos via. Trata-se de uma paciente que há quatro semanas seguidas encontrávamos dormindo no horário dos atendimentos de musicoterapia, mas que desta vez, pudemos matar um pouco a saudade de interagir musicalmente com ela na recriação de canções folclóricas e, na dedicação de uma canção especial "Leãozinho" ao qual substituímos carinhosamente pelo nome da paciente o trecho da canção que diz "Gosto muito de você". Ao sairmos do seu leito ela nos acompanhou durante todo o tempo que permanecemos atendendo outros pacientes utilizando gestos com as mãos para acenar ao nosso grupo dando um tchauzinho! Outro fato que nos chamou a atenção foi o gesto de carinho de um bilhete pendurado próximo ao leito de outro paciente, com cinco canções escritas, que segundo o enfermeiro, foi elaborado com a