“Quanto riso, oh, quanta alegria!
Mais de mil palhaços no salão…”
Hoje me senti alegre em um ambiente calmo e mais aconchegante! Não havia grandes movimentações. Começamos pela paciente que não pudemos acompanhar na semana anterior devido aos procedimentos hospitalares no momento do nosso estágio. Tocamos e cantamos em baixa intensidade sonora algumas músicas folclóricas reminiscentes da infância na tentativa de estimular reações e proporcionar bem estar com o cancioneiro infantil. Pude perceber um pequeno movimento labial inconsciente, o que me causou grande felicidade como uma interpretação de “estou aqui ouvindo vocês”.
Descobrimos a canção de amor preferida de uma paciente e recriamos tocando e cantando com muita alegria, além de outros modões caipiras como "Encosta sua cabecinha no meu ombro e chora" e "Meu Primeiro Amor" permitindo um momento de maior interação, uma troca de olhares de satisfação, uma gestualidade de “joia” com o polegar pra cima e até mesmo um esforço em agradecer com a palavra “obrigada” demonstrando uma afonia - a dificuldade em produzir som - mas que identificamos com facilidade.
Ensaiamos alguns sambas como Tiro ao Álvaro, Trem das Onze, Samba do Arnesto, hinos de futebol, dançamos e cantamos marchinhas de carnaval além de um diálogo muito divertido sobre os tempos de baile de uma querida companheira. Ambos sorriram, esboçando satisfação como podiam.
Sempre buscamos experiências sonoras com alguns rocks internacionais e nacionais para levar ao nosso paciente roqueiro, inclusive adaptando a música de chegança para um punk rock. Hoje explicamos pra ele que estamos nos esforçando pra tocarmos melhor, devido a minha inabilidade de fazer solos como o Slash. Ele sorriu. Ganhei meu dia com a sensação de que hoje tivemos diálogos de sucesso permeando tanto o verbal quanto o não verbal. Isso me trouxe o maior momento de felicidade durante o estágio de hoje. Encontrar menor resistência das famílias ao poder tocar algumas músicas com eles na sala de espera, também. Entendo estas relações como parte de um processo de conquista e reconhecimento; abertura de espaço da família e profissionais além de reconhecimento e familiaridade que ocorrem aos poucos por parte dos participantes com nossa visita.
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