Em um atendimento na UTI, uma paciente me chamou a atenção. Nós cantávamos algumas canções para ela, no qual interagia em alguns momentos, olhando para a gente, agradecendo pelas canções, mas ela se encontrava sedada e isso não permitia tanto contato. Entre canções e canções, foi tocado a música "As Mocinhas da Cidade", no momento que começamos a cantar a paciente manteve um contato visual, percebi que seu pé mexia conforme o ritmo da música e alguns momentos cantava. Com isto podemos observar a questão da identidade da pessoa através da música, por que ela conseguiu se expressar nessa música?, e nas outras poucas interações e impressões ela manteve, talvez como resposta podemos citar a sua identidade sonora ou até mesmo a época em que viveu. Que possamos refletir como as canções chegam para o paciente, ao modo que ele se expresse ao sentir acolhimento na música.
O musicoterapeuta Gregório Queiroz diz que a repetição em música é novidade, uma vez que se experimenta, no presente, sensações e emoções. Ele diz que a música é a única arte em que há significado e expressividade no ato de se repetir ou de se retomar. A gente tenta conter o tempo que passa e não se repete ao reinventar as canções. Às vezes, as mesmas durante semanas... Pô, gente, mas sempre essa?? Com uma pessoa nova, mas consciente e capaz de se expressar, ainda assim a incógnita Que música você gosta? Entre sondas e amarras, nem eu responderia. Olhei fixamente nos olhos e respeitei o seu silêncio. E essas pausas costumam falar alto. Mas, nossa tarefa é cantar, sonorizar, tocar... Entra beijinhodocenoombroencostatuacabecinhaajoelhaechora...lágrimas brotaram da face Será que estamos incomodando? Calei a escaleta e me pus a "ouvir" suas expressões faciais e corporais. O braço inquieto. A boca, ora acompanhava, ora parecia protestar. A música com "do