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Mostrando postagens de março, 2018
Hoje pela primeira vez cantamos para a equipe de enfermagem e pacientes a canção Hallellujah, e foi muito bacana. Embora não tenha grandes emoções pessoais com essa música, a abertura de vozes e a forma estética ficou muito bonita e emocionou. Defino a experiência de hoje de forma sucinta em felicidade e também leve angustia... Me deparei com o momento de recriar canções das quais não me agradam, seja por lembranças ruins, letra depressiva ou a própria harmonia. Definitivamente não gosto da canção Pais e Filhos, do Legião Urbana. O começo da letra me causa incomodo, mas não nego que é uma canção extremamente popular e que trás mensagem positiva sobre a importância de amar. E embora tocar ela não tivesse me agradado no início, pude me restabelecer e superar pessoalmente meus problemas pessoais com essa canção, pra que ela  chegasse ao outro com aconchego e zelo. Tocar a canção "Nothing Else Matters" - Metallica, foi de grande importância pra mim, por proporcionar sorrisos ao
Hoje a experiência musical foi extremamente positiva para mim. Fui movida mais adiante na busca pelas respostas das perguntas que me fiz no início desse estágio e que escrevi na apresentação pessoal desse blog. Bem estar. Me senti acolhida mais ainda pelo ambiente, pelos profissionais, pela família, pelo grupo de estágio e para minha surpresa, por mim mesma. Pelo ambiente senti hoje o acolhimento por estar se tornando parte da minha rotina, me sentir pertencente e atuante a cada passo de autonomia que me lanço ao entrar e já saber o que fazer (embora nunca sabemos o que fazer em ambiente terapêutico imprevisível). Fiquei feliz porque aos poucos temos ganhado espaço pela equipe, que já compreende nosso horário e por aquele momento de estágio de espaço compartilhado para o trabalho. Pela família porque quando entrei na sala de espera pude sentir um ambiente harmonioso, leve e descontraído onde a primeira vitória foi ver os familiares de uma paciente que ficaram do lado de fora da sala n

Um Olhar Para a Vida

Até que ponto a vida é realmente digna de se viver? Até que ponto temos nossas próprias escolhas? Até onde podemos aguentar?       Essas foram a nossa reflexão/discussão que eu e meus colegas de estágio tivemos antes do atendimento de hoje, é doloroso pensar nessas coisas, mas é um assunto inevitável dentro da área que estamos estagiando. Começamos o atendimento, com um paciente que estava em uma área de isolamento, mas ele já apresentava sinais de melhora e estava sentado em uma poltrona que fica ao lado do seu leito, seu olhar era um pouco distante, mas durante algumas canções ele buscava nossos olhares. Logo depois dele, fomos para uma outra paciente onde me marcou muito, ela estava em coma já fazia algumas semanas e durante a primeira canção, de cunho religioso, ela abriu os olhos, isso foi realmente emocionante, fiquei muito feliz com isso. Continuamos o atendimento e depois o finalizamos e fomos para os outros leitos. Houve um outro momento que me marco

Sorrisos

“Quanto riso, oh, quanta alegria! Mais de mil palhaços no salão…” Hoje me senti alegre em um ambiente calmo e mais aconchegante! Não havia grandes movimentações. Começamos pela paciente que não pudemos acompanhar na semana anterior devido aos procedimentos hospitalares no momento do nosso estágio. Tocamos e cantamos em baixa intensidade sonora algumas músicas folclóricas reminiscentes da infância na tentativa de estimular reações e proporcionar bem estar com o cancioneiro infantil. Pude perceber um pequeno movimento labial inconsciente, o que me causou grande felicidade como uma interpretação de “estou aqui ouvindo vocês”.  Descobrimos a canção de amor preferida de uma paciente e recriamos tocando e cantando com muita alegria, além de outros modões caipiras como "Encosta sua cabecinha no meu ombro e chora" e "Meu Primeiro Amor" permitindo um momento de maior interação, uma troca de olhares de satisfação, uma gestualidade de “joia” com o polegar pra cima e

A outra face

"É preciso amor, pra poder pulsar É preciso paz, pra poder sorrir É preciso a chuva para florir" - Almir Sater     Minha segunda experiência foi bem tranquila e me senti muito bem durante o atendimento, o ambiente estava bem pacífico e calmo. Muito diferente do primeiro dia de atendimento.     Começamos o atendimento pela paciente que não tivemos a oportunidade de atender semana passada, devido seu quadro ter se agravado. Tocamos canções de infância, como "Cai Cai Balão", "Se Essa Rua Fosse Minha". Logo fomos para outros pacientes, senti que alguns deles estavam mais distantes nessa semana, a maioria por causa de remédios. Outros por outro lado, estavam bem animados e ativos.     Algo que me marcou bastante foi ter tocado violão pela primeira vez em um atendimento, ainda estou aprendendo a ter uma relação com esse instrumento, sei que ele é muito importante para os atendimentos, principalmente pela sua praticidade e versatilidade, então m

Processando e Reconhecendo

Escrever não é uma tarefa fácil pra mim. Mas é com prazer que compartilho um relato prático do meu primeiro dia de estágio e compartilho minhas sensações, experiências e reflexões desse dia em uma Unidade de Terapia Intensiva. Cheguei na sala de espera da UTI sem maiores preocupações, lembrando de deixar meus problemas pendurados no cabide do lado de fora antes de entrar. Não me sentia ansiosa. Higienizamos os instrumentos, as mãos, touca, jaleco (que me deu certo orgulho) e começamos o atendimento. O ambiente era denso, uma paciente estava sendo entubada no momento que chegamos o que gerou certa tensão, mas ao mesmo tempo pude sentir a primeira importância do nosso trabalho no enfrentamento da situação hospitalar propiciando momento de conforto e alívio aos pacientes que partilhavam o mesmo cômodo para aliviar a tensão que pairava no hospital através da harmonização musical como sonoridade que transformava a ambientação da UTI e acalmava inclusive a mim mesma. Cantávamos de le

Uma nova porta se abre: novo olhar

Q uando se fala em UTI todos já rotulam ela como um ambiente totalmente pesado e de morte, em certa parte ela é mesmo, mas não totalmente. No primeiro dia de atendimento eu estava muito ansiosa, com um certo receio de que não iria conseguir lidar com a ideia de estar cercada de pessoas em estados mais críticos que necessitam de cuidados especiais, aparelhos e profissionais de um lado para o outro a todo instante, mas respirei fundo para me recompor e encarei o que estava por vir. Logo que entramos uma paciente, suas condições haviam se agravado, estava sendo entubada, isso foi como um “tapa na cara”, um verdadeiro impacto, eu não esperava por isso logo de início. Mesmo com esse impacto, seguimos para o atendimento, e isso foi muito importante para que o clima do ambiente se suavizasse, devido ao movimento que estava acontecendo no leito da paciente que estava com o estado mais agravado. Para mim, um momento que me marcou muito foi com o primeiro paciente, que logo na canção

Um Novo Caminho

     Primeiro dia de estágio, e eu estava como? Ansiosa, preocupada, uma mistura de sentimentos. Demoramos um pouco para entrarmos na UTI, a enfermeira chefe nos avisou que havia uma paciente em estado crítico e que eles estavam comunicando a família para que eles viessem se despedir, naquele momento eu fiquei sem reação, primeiro dia de estagio e já damos de cara com a morte? É isso mesmo produção? Continuando, conhecemos os moradores e as pacientes que estavam aqueles dias na UTI, passamos por uma paciente lúcida, muito gentil e simpática que por relatos da família enquanto estava em casa ela pedia a nossa visita, cantamos utilizando o nome dela e ela se emocionou muito, tentava se comunicar conosco, mexia os lábios porém não emitia som algum, também cantamos algumas canções religiosas. Posteriormente passamos por um morador Rockeiro, SIM, Rockeiro! E a nossa dúvida era como tocar rock metal com um violão e ovinhos? Ali estava diante de nós um grande desafio. Enfim, nos aproximam

Primeira visita: o impacto

Entrar em uma UTI não faz parte da rotina de muita gente. Como parte dessas pessoas, confesso que ainda preciso me acostumar com tantos aparelhos e profissionais de um lado para o outro. Chegamos e logo de início havia uma paciente sendo entubada em condições graves. Como cantar e seguir atendendo com a Musicoterapia nesse contexto? Apesar do impacto inicial seguimos com com as canções de chegada e repertórios que pudessem alcançar cada paciente. Leito a leito, entre aparelhos e nossas próprias angústias. A equipe de enfermagem cantou junto conosco enquanto cantávamos com os pacientes, isso foi incrível! Uma excelente forma de nos dizer: vocês são bem-vindos aqui! O profissional de medicina que estava na sala interagiu pouco conosco. Decidimos em grupo que também atenderíamos as famílias dos pacientes na antesala que dá para a UTI. Usamos músicas de repertório religioso e uma acompanhante cantou conosco e pediu outras músicas, inclusive solicitando que a cantássemos para um familia

Apresentando-me

Oi pessoal, Eu me chamo Lázaro, sou graduando no Bacharelado em Musicoterapia atualmente no 5º período do curso. Sou apaixonadíssimo pela Musicoterapia e tem sido uma longa jornada pessoal e profissional a escolha por essa área e profissão. Escolhi o estágio externo curricular obrigatório na área de Musicoterapia Hospitalar por um velho desejo de poder atuar na saúde de uma forma menos rígida que as profissões consagradas desses espaços. Poder combinar a Musicoterapia Hospitalar com a área da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), área ofertada no estágio, foi um grande "plus" na minha decisão. Tenho particular interesse na temática das perdas, morte, luto e formas de lidar com isso. Como a musicoterapia pode intervir nesse lugar de tanta dor e reflexões? Essa é minha questão central para esses meses de estágio. Espero escrever um pouco sobre essas reflexões ao longo desses meses! Lázaro

Apresentação

Hello Hello Me chamo Gabriely, estou no 5º período da Graduação em Musicoterapia, e sou apaixonada pela profissão, por conta dessa paixão venho tentando experimentar todas as áreas de atuação, conhecer as possibilidades. A oportunidade do estágio hospitalar na UTI, surgiu para complementar meus estudos, sem falar que fiquei super entusiasmada e já tinha um certo interesse pela área de saúde. Assim que conheci o local de estágio, imaginei que ficaria fragilizada e sensível à toda situação, porém, ao conhecer e ver a possibilidades e necessidades da musicoterapia na UTi me vi extremamente motivada a iniciar essa caminhada, o interesse em cuidados paliativos, no luto, e a possibilidade de trabalho na sala de espera com os familiares dos pacientes, facilitou minha escolha. Num local onde o som é somente aquele vindo das  máquinas, monitores, um local de tensão e estresse contínuo a Musicoterapia poderia intervir, sonorizar o ambiente, e proporcionar tantos outros benefícios qu

Apresentação

Olá leitores e leitoras! Meu nome é Fernanda e sou graduanda no Bacharelado em Musicoterapia na Universidade Estadual do Paraná. Este ano estou no 5º período do curso e acabo de iniciar os estágios externos curriculares obrigatórios com meus colegas do blog. Escolhi a Musicoterapia como profissão porque compreender a música e as relações benéficas que ela pode proporcionar em grandes escalas a todos os indivíduos só pode ser assunto para uma graduação (e uma vida inteira pela frente), já que esse conteúdo não se esgota nunca e sempre me instiga tanto a estudar e amar cada vez mais o que faço. Minha motivação ao escolher o estágio hospitalar partiu do interesse em compreender na atuação prática como o processo musicoterapêutico ocorre e pode auxiliar nas demandas hospitalares, refletindo sobre o papel do musicoterapeuta em um ambiente tão delicado e sensível a emoções, desde os cuidados paliativos e assistência até mesmo na lida com a mort

Quem sou eu

Olá pessoas! :D   Meu nome é Carol, atualmente estou no 5º período do Bacharelado de Musicoterapia. Escolhi a Musicoterapia pelo fato de trabalhar com o que eu sempre fui apaixonada, que é a música, e poder ajudar as pessoas através dela e de seus elementos, poder fazer a diferença no mundo.  Esse semestre iniciei meus estágios, e escolhi como estágio externo a área de Musicoterapia Hospitalar, a escolha dessa área veio por conta de uma curiosidade e um encanto inexplicável sobre ela, principalmente na área da UTI (Unidade de Terapia Intensiva), Cuidados Paliativos e perdas.  Sempre me perguntei "Como eu posso ajudar essas pessoas nesse momento de tanta vulnerabilidade e dor?"  A Musicoterapia me trouxe essa resposta, através dela, podemos ajudar não apenas o paciente, mas também acolher e amparar seus familiares.  Espero poder trazer um pouco das minhas experiências para vocês, que todos possamos refletir sobre isso e ver o quão importante é esse trabalho,